terça-feira, 22 de julho de 2008

Capitulo 21

Um segurança tinha aparecido pelas costas do homem, disparando sobre ele, mas, ao mesmo tempo, este disparou a sua arma. Ambos caíram, Bill correu e segurou a cabeça da rapariga que amava. Não respirava, o coração parou de bater, tudo parou nela, estava morta.

Bill: NÃAAOOO

Gritou na noite, gritou para o céu. Tom, Gustav e Georg apareceram e, ao ver Bill cheio de sangue e Sara caída no chão, as lágrimas apoderaram-se deles. Correram para junto do vocalista da banda. Gustav ajoelhou-se ao lado do corpo da prima.

Gustav: Porque tu? Estavas destinada a sofrer… Pode ser que agora possas estar novamente com os teus pais…

Estava agora imensa gente ali, os seguranças faziam de tudo para que não se aproximassem. Chegaram ambulâncias, mas já nada mudavam, estavam mortos. Levaram os corpos dali mas, antes de fecharem o saco (aqueles onde levam os mortos), Bill tocou uma ultima vez nos lábios de Sara, tocou-lhe levemente como da primeira vez. Tom abraçou o irmão e Georg abraçou Gustav. A eles juntou-se Saki, também este chorava, via a Sara como se fosse uma sobrinha.

Todos eles passaram a andar de preto (cor preferida da Sara), não cancelaram os concertos, sabiam que ela não queria que o fizessem. As fãs sabiam do que se tinha passado e em todos os concertos havia frases do tipo Estamos contigo Bill. O Bill nunca mais foi o mesmo, tinha-se tornado numa pessoa fria e reservada, tinha pesadelos, todas as noites via aquele homem a matá-la. O Gustav passou a ser ainda mais calado do que já era, o Georg ficava triste cada vez que alguém se metia com ele e o Tom começou a deixar as raparigas um bocado de lado.

29 de Junho, dia do concerto em Portugal, tudo tinha começado ali. O Pavilhão Atlântico estava esgotado. Bill sentia-se triste, na música Rette Mich deixou as fãs cantar, as lágrimas caiam-lhe pela face. Olhou em sua volta e o seu olhar fixou-se numa rapariga de cabelo encaracolado com uns caracóis louríssimos à frente, os seus olhares cruzaram-se e ele sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo. O concerto acabou e foram para os bastidores.

Tom: Estás estranho Bill…

Bill: Vocês repararam naquela rapariga que estava na primeira fila que tinha o cabelo louro encaracolado? Os nossos olhares cruzaram-se e eu arrepiei-me todo… Fez-me lembrar a…

Gustav: Não é preciso dizeres mais nada… Tive a mesma sensação…

Georg: Até eu…

Tom: Oh estúpido, vai ver se ainda a apanhas!

Bill saiu a correr e voltou para o palco, saltou para junto das grades antes ocupadas com imensas fãs e viu-a novamente, parecia estar à procura de algo, muitas fãs estavam de costas e dirigiam-se para a saída. Ele sorriu e aproximou-se dela.

Bill: Do you need some help?

Rapariga: Oh se preciso, ena pá, eu vou encontrar aquilo… Aii quem me manda ser distraída… (olhava para o chão) Para onde é que o rapaz mandou aquilo? (falou em português)

Bill olhou para o chão e viu o que pensou ela estar à procura, aquela coisinha com que o irmão toca, a palheta, apanhou-a e meteu-lha à frente dos olhos. A rapariga começou a levantar a cabeça lentamente até que se apercebeu que estava à frente do Bill.

Rapariga: B…Bill?

Bill: Sara?

Ambos fixavam os olhos um do outro, dava para ver que aquela rapariga era apaixonada por ele, e ele estava encantado com ela.

Rapariga: Como sabes o meu nome? (num alemão esquisito xD)

Bill: És tão parecida com ela…

Sara: Com a tua namorada?

Sara viu a expressão de Bill entristecer e também ela ficou triste.

Bill: Sim…

Sara: Por acaso já me tinham dito… Sabes… Há pessoas que não devem morrer, e muito menos ser esquecidas.

Bill teve uma sensação de deja vu… Sara tinha-lhe dito aquilo antes de morrer… Ela continua do meu lado… Nesta Sara…

Bill: A Sara disse-me isso antes de morrer.

Sara: Desculpa… Olha, eu gostava mesmo de ficar aqui, mas tenho de ir embora… Dás-me um autografo?

Bill: Não, espero que tenhas consciência que nunca mais te vou largar.

Sara: Porquê?

Bill: Já te perdi uma vez, não quero perder a segunda… Anda…

Estendeu-lhe a mão e ajudou-a a passar aquela grade, levou-a para junto dos outros e ela sentiu-se como se os conhecesse pessoalmente há anos, então o Gustav… Via-o como um irmão…

Sara: Que prenda de anos adiantada tão boa =)

Bill: Quando fazes anos?

Sara: 12 de Julho

A expressão deles foi de surpresa e depois começaram todos a rir.

Sara: Que foi?

Tom: A Shäfer fazia anos no mesmo dia que tu =)

______________

Bill não mais largou aquela rapariga e apaixonou-se loucamente por ela. Começaram a namorar e desta vez a imprensa não soube, eles faziam de tudo para a proteger, pois, tal como o Bill disse, já a tinham perdido uma vez, não a queriam perder novamente…

Capitulo 20

O Saki estava ao pé de uma carrinha/limusina.

Saki: Está muito bonita menina. (olho muito séria para ele) Estás muito bonita Sara…

Meti outra vez o senhor a sorrir, sorri também. Após algum tempinho de viagem chegámos, eu estava tão nervosa.

Bill: Vai tudo correr bem, já sabes, nós vamos primeiro e depois eu volto atrás e fazemos o que combinámos, não te esqueças, sorri =)

Sara: Está bem.

Eles saíram, ouvi os gritos das fãs, fiquei ainda mais nervosa. O tempo passava muito devagar.

______

Na passadeira vermelha as fãs estavam ao rubro, havia gritos por todo o lado, os flashes disparavam. Bill disse à repórter que tinha uma surpresa, a banda andou mais um bocado e o Bill voltou atrás, vários fotógrafos começavam a ficar confusos e a pergunta pairava no ar Onde foi Bill Kaulitz?

__________

Ele abriu a porta.

Bill: Preparada?

Sara: Se disser não, faz alguma diferença?

Sorri para ele e ele retribuiu o sorriso, beijámo-nos e eu saí daquele meio de transporte. Senti a mão dele em volta da minha, olhámos um para o outro e sorrimos novamente. Começámos a andar e as fãs ficaram completamente diferentes, já não gritavam. Estávamos agora a meio da passadeira vermelha, ele abraçou-me e sorrimos os dois para as máquinas fotográficas. Começou toda a gente a perguntar quem eu era.

Bill: Se me deixarem falar, eu respondo.

Tudo ficou em silencio, eu sentia-me feliz, ele ia assumir publicamente o nosso namoro.

Bill: Deixem-me apresentar-vos Sara Shäfer, prima do Gustav e minha namorada.

As fãs começaram a chorar, senti-me um bocado triste, se não fosse prima do Gustav podia muito bem ser uma daquelas fãs. Tiraram-nos algumas fotografias e fomos para a gala. Eles ganharam 4 prémios e na After Show Party toda a gente me abordava (estava farta de andar ali sempre a sorrir xD), as raparigas queriam saber como tudo tinha começado e essas coisas.

(…)

Eu e o Bill estávamos felizes, tornei-me uma personagem assídua em todo o lado onde eles iam. Voltei a Portugal com eles, ao Rock in Rio, pude ver algumas das minhas amigas, elas já sabiam que eu namorava com o Bill. Eles tinham entrevistas e eu comecei-me a fartar de ouvir os jornalistas a fazerem-me perguntas. Numa dessas vezes, optei por um passeio, não quis levar nenhum segurança.

Andava com o meu Ipod pelas ruas até que me apercebo de um individuo que me estava a seguir. O estranho começou a aproximar-se de mim, mas o meu telemóvel tocou. Era o Bill.

Bill: Onde estás? Já acabámos, quero ir ter contigo…(disse-lhe onde estava) Ok, já aí vou.

Sara: Despacha-te… Tenho um mau pressentimento…

Desliguei e refugiei-me num centro comercial, havia lá bastante gente. Já não me deve estar a seguir O Bill foi ao meu encontro, vi que estava preocupado. Já era noite, ele não tinha nenhum segurança atrás dele. Saímos do centro comercial e continuámos a andar pelas ruas. Eu estava sempre a olhar para trás.

Bill: Que se passa?

Sara: Quando me ligas-te… Estava um homem a seguir-me… (olhei novamente para trás) e está outra vez a seguir-nos.

O Bill olhou discretamente para trás e pegou no telemóvel, deve ter mandado uma mensagem a alguém para ir lá um segurança. O homem começou a aproximar-se cada vez mais até que… senti puxarem-me. Aquele individuo puxou-me e prendeu-me com o braço a rodear-me o pescoço. O Bill avançou para ele mas o desconhecido apontou-lhe uma arma.

Homem: Afasta-te!!

Falava num alemão estranho, tinha um sotaque que não consegui distinguir.

Bill: O que quer? Largue-a!!

Encostou a arma à minha cabeça, comecei a chorar. O Bill não conteve as lágrimas e ambos chorávamos, aproximou-se.

Homem: Para trás! Olha que ela morre…

Bill: Diga-me o que quer!!

Homem: O que eu quero já não posso ter…

Apareceram uns seguranças atrás do Bill, tinham as armas apontadas aquele homem. Senti a arma empurrada com mais força contra a minha cabeça.

Homem: Diz-lhes que recuem…

O Bill fez o que ele lhe disse.

Bill: Pare por favor! Que mal é que ela lhe fez?

Homem: Vocês os dois… Bill Kaulitz e a namoradinha… Vocês tiraram-me a minha filha…

Bill: Han?

Homem: Sim… A minha filha matou-se, sabes porque, seu ingrato? Porque tu decidis-te anunciar que tinhas namorada…

Bill: Nunca pensei que alguém se fosse matar só por eu ter namorada, desculpe…

Homem: (a berrar) Não peças desculpa!!

Bill: A culpa foi minha… Deixe-a ir!

Homem: Ai não deixo não… Se ela tivesse morrido com os pais… Se não tivesse aparecido a minha filha ainda estaria comigo… Ela é que vai pagar por isto tudo…

Como é que sabe dos meus pais? Ele vai-me matar…

Senti-me fraca, a minha vida estava prestes a acabar, só pensava numa maneira de me despedir do Bill.

Bill: Por favor… Não a mate… Mate-me a mim!

Ele chorava imenso, eu também, os nossos olhos fixavam-se mutuamente.

Sara: Não Bill… Há pessoas que não devem morrer, e muito menos ser esquecidas… Lembra-te… Estarei sempre ao teu lado…

Homem: Que bonito… A menina até já se está a despedir… Pronta para ir ter com os papás?

Falava num tom sarcástico, eu continuava a contemplar os olhos do Bill.

Bill: Por favor… Não faça isso…

Homem: A minha decisão está tomada… Finalmente vou vingar a morte da minha filha…

As lágrimas não paravam de cair, instintivamente, eu e o Bill gritámos um Amo-te ao mesmo tempo e depois… Ouviram-se dois tiros.

Capitulo 19

Abandonei aquele banco de jardim, deixei lá o envelope, rasguei a parte dirigida ao Gus e a outra parte também ficou em cima do banco. Já estavam todos à minha espera no hotel, quando lá cheguei, refugiei-me nos braços do Bill e dei a partezinha ao Gus, ele ficou bastante emocionado e leu a parte da fama alto, para que todos ouvissem.

Georg: Woow, que cena men…

Tom: Mesmo quando tinham a vida por um fio eles nunca se esqueceram de ti… Fizeram de tudo para se despedirem…

Bill: Os teus pais deviam ser mesmo boas pessoas… E já naquela altura, lembraram-se de ti Gustav…

Gustav: (limpa as lágrimas) Eu sei… Eles gostavam bué de mim… E eu deles…

Bill: Estás bem?

Abraçou-me, eu amava os abraços dele, traziam-me conforto e sentia-me protegida. Já era tarde, jantámos qualquer treta e como todos estávamos exaustos refugiámo-nos nos quartos. Vesti o meu pijaminha e sentei-me na varanda do quarto de hotel, aquilo tinha uma altura… Como eu tinha assim uma fobia de alturas sentei-me mesmo no chão encostada às portas de vidro. Passado uns minutos o Bill senta-se ao meu lado e mete o braço à volta do meu pescoço, tipo como quem dá um abraço.

Bill: Amanha vamos embora… Temos os Comet na Alemanha…

Sara: Por mim íamos já hoje…

Bill: Já mataste as saudades todas?

Sara: Já fiz o mais importante… Sabes, fui para o Central Park, sentei-me num banquinho e li a carta dos meus pais…

Bill: Guardaste-a?

Sara: Não, deixei-a ficar no banco… para toda a gente ler…

Bill: Tão lindo meu amor (dá-me um beijinho na bochecha)

O meu olhar dirigiu-se para as estrelas. O Bill olhou também para elas.

Sara: São lindas não são?

Bill: As estrelas?

Sara: Sim… Sempre as achei tão brilhantes aqui em NY… Acho que não brilham assim em mais nenhum lado…

Bill: São realmente lindas…

Encostei a minha cabeça no ombro dele e entrelacei os meus dedos nos dele. Ficámos por ali mais um bocadinho, até que nos decidimos a ir dormir.

Estava eu a dormir muito bem, o Bill decidiu acordar-me.

Bill: Amorzinho?

Sara: Que queres amorzão

Bill: Sabes o que me está a apetecer? (a)

Sara: Diz…

Bill: Hum… Talvez…

Começou-me a dar beijinhos daqueles rapidinhos, puxou-me para ele e os beijos modificaram-se completamente, eram agora mais intensos.

Sara: Estás com ideias Kaulitz mais novo… mas eu alinho = P

É preciso dizer o que aconteceu a seguir? (a)

(…)

Já era de dia, acordámos cedo. Arrumámos melhor as malas e fomos tomar o pequeno-almoço. O voo era só de tarde, por isso ainda pudemos dar uma voltinha pela cidade, voltei àquelas ruas que tanto me fascinavam quando era criança, na verdade, senti-me uma criança novamente. Almoçámos hamburguer’s e metemo-nos no avião.

Tom: Ai que é desta que eu morro xD

Sara: Faz já a distribuição de bens xD

Bill: Eu fico com o teu quarto na casa de Berlim xD

Georg: Eu quero… Ena!! Nada teu me dá jeito!! (pensa um bocado) O Cadillac (o rapaz quase que se babava a dizer isto)

Gustav: Eu até ficava com os teus bonés :D

Sara: Quero as guitarras xD

Tom: Fogo, grandes amigos, ainda não morri e já se estão a apoderar das minhas coisas!! Oh Georg, nem penses que o Cadillac fica nas tuas mãos!!

Desatámos a rir. A viagem foi passada nisto.

_________________

Passaram uns diazitos e o dia dos Comet tinha chegado. Continuávamos todos na casa dos Kaulitz em Berlim, eu e o Bill já não partilhávamos nada (ficávamos no mesmo quarto (a)). Era tão bom acordar e saber que ele estava ali ao meu lado… Eu passei a andar com eles para todo o lado, ia com eles às entrevistas e tudo e, quando alguém perguntava quem eu era, diziam que era a tradutora xD

O Bill mudou de penteado, tirou as madeixas e cortou um bocado, tinha o cabelo mais preto que nunca (eu disse-lhe que gostava muito mais assim ^.^).

Era de manha, mas eles já andavam stressados com a gala. Estava sentada na cama (no quarto do hotel) e observava o Bill que andava de um lado para o outro no quarto.

Sara: Já sabes o que vais levar vestido aos Comet?

Meteu duas “combinações de roupa” de cima da cama.

Bill: Estou a pensar levar esta (aponta para uma) para a Red Carpet e a outra para a gala, que dizes?

Sara: Oh amor, qualquer trapinho te fica bem =) Mas está perfeito. E vais electrocutar o cabelo?

Ele achava piada quando eu dizia que ele andava electrocutado, sorriu para mim.

Bill: Não, vou levá-lo esticado, causar choque xD

Sara: Ai que o meu amor é tão vaidoso… Começo a ficar com ciúmes, ainda arranjas lá outra…

Dá-me um mega beijo, daqueles que só ele sabe dar.

Bill: Já tenho a minha princesa, não preciso outra =) E por falar nisso… Tu vens comigo, quer dizer, connosco. Vou-te apresentar aos jornalistas como minha namorada, estou farto que eles te vejam como a tradutora, eu bem vejo os olhinhos que eles te fazem (amuou)

Sara: Mas eu só tenho olhinhos para ti… Mas o que é que visto?

Bill: Espera aqui.

Foi até não sei onde, e voltou com um vestido preto todo… vá, digamos que era irreverente, bastante rockeiro…

Bill: Está tudo tratado, veste para ver como te fica =)

Sara: Eu de vestido? E já agora… É suposto ir de sapatilhas?

Bill: Não meu amor, sabes as minhas botas? Aquelas que tu amas e que eu vou levar para os Comet? Comprei umas do mesmo género para ti =D

Sara: Woooww (agarro-lhe no pescoço e começo-lhe a dar imensos beijos) Amo-te tanto!!

Bill: Estás a amarrotar o vestido.

Sara: Quero lá saber xD

Tirei-lhe o vestido das mãos e vesti-o, depois as botas, ele ficou tipo, de boca aberta.

Bill: Vais tão linda *.*

Sara: Não me metas corada…

Bill: Só disse a verdade ^.^

O dia passou rápido e tínhamos de nos preparar para ir embora. Vesti o vestidinho que o Bill me ofereceu (eu amava mesmo o vestido, era parecido com os da Amy Lee, parecia uma boneca) e calcei as botas (eu não apertava os atacadores todos, deixei desapertados em cima, ficava com um ar desleixado mas formal, ao mesmo tempo), o cabelo ia normal, com os meus caracóis louros, risquinho preto e estava pronta. O Bill também já estava pronto, ele foi primeiro. Já todos os estavam à espera.

Tom: Tanto tempo!

Gustav: Então a Sara?

Georg: Desistis-te da ideia?

Bill: Não seu otário.

Comecei a descer as escadas do hotel e pela entrada deste ecoou um Uaauuu, vi a expressão de admirados deles.

Gustav: Estás…

Georg: Linda…

Tom: Aii o que eu desperdicei (o Bill olha para ele), hamm, ela está bonita sim maninho…

Sara: Obrigada, agora vamos, e fechem as bocas.

Capitulo 18

Bill: Estás triste…

Eu continuava a olhar para aquele sitio, ele falava-me com uma voz tão doce…

Sara: Eu vi aquelas torres caírem, I saw everything, I saw my mum and my dad die, e não pude fazer nada…

As lágrimas soltaram-se dos meus olhos, mas estes não se desviavam do horizonte.

Sara: Eu quero lá ir…

Bill: Não quero que vás sozinha… Eu vou contigo… E de certeza que o Gustav também vai querer ir, na última vez que cá estivemos ele passou por lá…

Sara: Está bem… Podemos ir agora?

As lágrimas já caiam com menos intensidade. O Bill virou-me para ele e abraçou-me, a intensidade das lágrimas aumentou.

Bill: Não te quero ver a chorar… Por favor…

Sara: But… hurts too much… this city, my city… reminds me a lot… my parents… I miss them so much…

Bill: Anda, vamos matar as saudades… Temos é de avisar os outros…

Limpei as lágrimas, ele entrelaçou os seus dedos nos meus e fomos ao encontro dos outros.

Bill: Eu vou com a Sara ao Ground Zero.

Tom: Agora?

Gustav: Eu também vou…

Georg: A mim não me apetece, fico por aqui…

Tom: Contigo não quero ficar Georg! Eu vou dar uma volta até aquele parque grande que tu gostas muito Sara.

Sara: O Central Park…

Tom: Exactamente…

Saímos todos juntos do hotel, quer dizer, o Georg preferiu ficar a dormir, o rapaz andava com cara de quem não dormia a algum tempo. Foi cada um para seu lado, o Saki acabou por ir connosco ao Ground Zero, apesar do Bill e do Gustav irem um bocado “diferentes” do habitual, havia sempre alguma pessoa que os reconhecia. Comecei a avistar aquele enorme “buraco”, flashes do dia 11 de Setembro vieram-me à memória. Parei, foi ali, eu estava ali quando as torres caíram, foi dali que as vi cair.

Bill: Que se passa?

Sara: Foi daqui…

Comecei a chorar novamente.

Gustav: Vá lá Sara, não chores mais… Sabes que os teus pais não iam gostar de te ver assim…

Tentei, mas as lágrimas continuavam a cair. Comecei a andar, queria estar mais perto daquele sitio. Havia lá um sitio com os nomes de todos os que morreram ali, estavam lá também os dos meus pais.

Bill estava-se a preparar para ir ter com a Sara, mas o Gustav parou-o.

Gustav: Deixa-a estar.

Ao meu lado estava agora uma senhora, não era muito velha, devia ter uns 40 anos. Estava muito séria a olhar para mim, eu continuava a chorar, com o olhar fixo nos nomes dos meus pais.

Senhora: Excuse me, it’s everything ok?

Olhei para a senhora, nunca a tinha visto.

Senhora: Why are you crying?

Sara: My parents died here… Since that day, I never came here, I went to Portugal with my mum’s family, and now I come back, with my german cousin…

A expressão facial da senhora ficou diferente, começou a sorrir. Está-se a rir na minha cara?

Senhora: Oh my God… You are… I can’t believe it… Miss Shäfer? Sara Shäfer?

Sara: How do you know my name?

A senhora abraçou-se a mim, olhei para o Gustav e para o Bill, eles estavam com cara do tipo “quem é?”, eu só encolhi os ombros e disse que não com a cabeça.

Senhora: Oh minha querida, procurei-te por toda a parte depois do 11 de Setembro!

Então, mas a mulher fala português?

Senhora: Eu era uma grande amiga dos teus pais, já não te deves lembrar de mim, eras tão pequenina… Eles deixaram-me uma coisa para ti…

Sara: Como? Eles não iam ter tempo para isso…

Senhora: Sabes… Quando o primeiro avião bateu numa das torres, começámos a temer o pior. (comecei a olhar muito séria para ela) Sim, eu estava lá, estava com os teus pais na outra torre… Eu consegui sair a tempo, eles não tiveram a mesma sorte que eu… Deram-me uma carta para ti, ando sempre com ela, sempre tive a esperança de te encontrar. (mete a mão no bolso do casaco e tira de lá um envelope) Toma, nunca a abri, esperei estes anos todos, agora, a minha parte está cumprida…

Ao dizer isto, foi-se embora. O Bill e o Gustav (juntamente com o Saki) vinham na minha direcção.

Bill: Quem era?

Sara: Não sei… Disse que conhecia os meus pais… E deu-me uma carta deles para mim… Parece que me procurou por todo o lado depois do 11 de Setembro…

Contei-lhes o que aquela mulher mistério me tinha dito. Comprei duas rosas vermelhas a um senhor que ali passava e pousei-as no chão Finalmente pude voltar aqui, a minha promessa está finalmente cumprida O Bill abraçou-me e voltámos para o hotel.

A banda tinha de ir ao programa da MTV, eu peguei na carta dos meus pais e fui até ao Central Park, sentei-me num dos bancos e abri o envelope.

Se abriste o envelope é porque já não estamos contigo. Um avião acabou de ir contra uma das torres, receamos o pior. Aconteça o que acontecer, nunca te esqueças que te amamos muito. As pessoas estão a gritar…

Comecei a chorar novamente.

Não queremos que chores por nós, relembra sempre os momentos bons que passámos, lembra-te que estaremos sempre do teu lado, iremos sempre proteger-te… Tu não estás sozinha, ainda tens o tio da Alemanha e a família da mãe em Portugal, se nós morrermos, eles virão imediatamente em teu auxilio… Continua a praticar o inglês e o alemão, sem nunca esquecer o português… Diz a todos que gostamos muito deles… Não há tempo para mais, desculpa alguma coisa da nossa parte, estás desculpada de tudo o que queiras pedir-nos desculpa… Não chores por nós por favor, derramar lágrimas não nos vão fazer voltar. Não te esqueças, nós amamos-te, quer estejamos contigo, ou não.

Da mãe e do pai, 11 de Setembro

Ainda não tinha acabado, estava algo mais abaixo.

PS: Gustav, continua a ser aquele irmão para ela, não a abandones nunca. Concretiza o teu sonho, que sejas muito famoso, mas continua do lado dela, e lembra-te: a fama não traz felicidade, por muito famoso que sejas, se aqueles que gostam de ti, se os afastares… A fama não te servirá de nada.

As lágrimas pararam de cair, senti uma enorme paz interior, olhei o céu e sorri. Estou pronta para ir…

Capitulo 17

Acordei, doía-me um bocado a cabeça. Olhei para o lado, o Bill ainda lá estava, continuava a dormir. Suavemente tirei de cima de mim o braço dele, levantei-me e esforcei-me por não fazer barulho. Fui até ao quarto do Gustav.

Sara: Posso?

Gustav: Sim… Já sei o que se passou… O Tom apareceu-me aqui a chorar e contou-me tudo…

Sara: Agora percebo porque é que ele andava mais distante… Ele fez tudo por causa do Bill… O Bill foi-me encontrar bêbeda num bar, trouxe-me para casa, ele meteu-me debaixo de chuveiro, ele também foi para lá. Quando ele pensou que já estava a dormir, meteu-se a contar tudo… Nunca me apercebi de nada…

Gustav: Eu já sabia que ele gostava de ti, ele contou-me uma vez, só não te disse nada por causa do irmão…

Sara: Ele ontem beijou-me, duas vezes, e a verdade é que eu não me importei, aliás, fiquei toda atrofiada… E sabes, há uns tempos para cá, eu não paro de pensar nele…

Gustav: Hum, acho que estás a ficar apaixonada… Porque não lhe dizes?

Sara: Tenho medo que ele pense que é mentira, tipo, ele ajudou-me imenso nesta noite, pode pensar que estou a confundir as coisas…

Gustav: Se não tentares, nunca saberás…

Sara: Tenho de pensar nisso… Vou falar com o Tom…

Gustav: Fazes bem, continuem a ser amigos, vocês antes tinham uma amizade especial…

Sara: Obrigada por tudo Gugu.

Gustav: Não me chames Gugu -.-‘

Saí e fui até ao quarto do Tom, ele estava sentado na varanda, eu ainda andava em pijama.

Sara: Posso Tom?

Ele olhou para mim, não pronunciou uma única palavra. Aproximou-se de mim e deu-me um beijinho na testa.

Tom: Desculpa…

Sara: Eu já sei porque o fizeste… não tens de me pedir desculpa…

Tom: Não te queria fazer sofrer outra vez miúda, já sofreste o suficiente…

Sara: Não te preocupes… Só quero que continues a ser meu amigo =’)

Tom: Prometo, como se nada tivesse acontecido…

Sara: Não, aconteceu, não devemos esquecer, só temos de aprender com isto…

Ele abraçou-me como quem abraça uma irmã ou um irmão.

Tom: Tens de ser feliz com o Bill, eu sei que também gostas dele… Digo-te o mesmo que lhe disse a ele, vai-te embora, corre para junto dele, agarra a felicidade e não a deixes mais fugir, aconteça o que acontecer, eu estarei aqui, para tudo… Agora, vai, diz-lhe tudo o que sentes…

Sorri, com as lágrimas a crerem sair. Voltei para o meu quarto, o Bill não estava lá, fui para a varanda, parei em frente à porta de vidro do quarto dele. Ali estava ele, calmo e sereno, sentado na cama a ver TV. Abri aquilo, ele começou a andar em direcção a mim, estávamos novamente perto um do outro, e, desta vez, fui eu que o beijei. Beijei-o uma e outra vez.

Ele olhou-me nos olhos, estavam novamente com um brilho intenso.

Bill: Que foi isto agora?

Sara: Eu sei de tudo, eu ouvi tudo o que disseste.

Bill: Amo-te tanto!

Sara: E tu não me sais da cabeça há demasiado tempo…

Beijou-me novamente.

Bill: Vem comigo… Não me deixes, nunca mais… Sara Shäfer, aceitas namorar comigo?

Fiquei estupefacta, por momentos faltou-me a voz.

Bill: Então?

Sara: Sim…

Falava baixinho, a voz voltava a mim aos poucos.

Bill: Sim?

Ele começava a sorrir.

Sara: Sim!

Abraçou-me com imensa força e encheu-me de beijos.

____

A reabilitação tinha chegado ao fim, agora, a banda tinha de ir para os EUA, e eu ia com eles. O Bill não disse à imprensa que tinha namorada, eles queriam-me proteger. O Georg, esse só apareceu em casa uns dias depois daquela noite, deve ter andado com a tal rapariga da disco. O Gustav continuava a preocupar-se comigo. O Tom, não mudou nada, de vez em quando lá via uma rapariga a sair do quarto dele, normalmente elas ficavam confusas, porque não sabiam quem eu era, mas também não perguntavam. O Bill? Esse não me largava um segundo, éramos felizes, juntos, e o Tom ficava feliz por nos ver assim.

____

Sara: Nem acredito que vou voltar aos States… A New York, a minha New York, tenho tantas saudades…

Fiquei triste, ia voltar ao sitio onde os meus pais morreram…

Bill: Vai correr tudo bem… Vais ver…

Fomos para o aeroporto Odeio aviões…

Sara: Vou morrer nesta porcaria de avião…

Tom: Eu morro contigo…

Bill: Pois é, aqui o maninho também não gosta de andar de avião xD

Gustav: Calem-se mas é -.-‘

Georg: Sim… Quero dormir…

Sara: Ai essas noites loucas Georg…

Todos rimos. Após uma eternidade naquele avião, tínhamos finalmente chegado. Eles iam actuar num festival nesse mesmo dia (com as diferenças horárias ainda chegámos lá cedo) e no dia a seguir ia para NY.

(…)

O dia passou muito rápido, estávamos agora a caminho de Nova Iorque.

Bill: Ansiosa?

Sara: Nervosa…

Assim que chegámos fomos logo para o hotel. Como sempre, eu fiquei num quarto com o Bill.

Bill: Vais connosco à MTV?

Sara: Não sei…

Aproximei-me da janela, aquilo era alto, mas tinha uma vista lindíssima sobre a cidade. Olhei o horizonte e vi-a novamente, a Estátua da Liberdade estava novamente diante dos meus olhos. Veio-me à memoria os momentos passados com os meus pais naquela cidade, quando o meu pai me pegava ao colo e me contava histórias sobre cada ponto da cidade, quando passeava no Central Park de mão dada com a minha mãe e comprávamos balões. O meu olhar direccionou-se para outro canto da cidade. Foi ali, faltavam lá aquelas duas torres que tanto me fascinavam, as torres que me levaram os pais. Senti uma pessoa ao meu lado, o Bill abraçou-me.

Capitulo 16

Corri pelas ruas de Berlim, parei num bar.

Sara: Quero qualquer coisa forte.

Barman: Tens idade para beber?

Sara: Tenho, agora dá-me alguma coisa forte.

Era um rapaz novo ainda… Bebi até começar a ficar muito pouco sóbria.

___

Bill percorria todas as ruas na esperança de a encontrar, entrou num bar. Ali estava ela, sentada ao balcão.

Barman: Eu não te dou mais nada, já estás bêbeda!

Sara: Não estou nada (ria-me), estou só triste… Sabes como me chamo? Sara Shäfer, ahaha, Shäfer, conheces? Sou prima do Gustav dos Tokio Hotel…

Barman: Ainda bem para ti…

Sara: E sabes porque estou assim? Porque aquele… (ri-me outra vez) aquele das rastas sabes? O Tom? Eu e ele éramos quase namorados… E hoje apanhei-o na cama com outra…

Barman: Pena… Olha, como tencionas pagar isto tudo?

Bill: Eu pago. (agarra-me num braço) Vamos embora Sara.

Barman: Bill Kaulitz? Oh, afinal a história da miúda é verdade…

Bill: Nem penses fazer o que estás a pensar fazer (meteu umas notas de cima no balcão) fica calado, nada disto aconteceu…

Sara: Eu não me quero ir embora…

Bill: Mas tem de ser, vá…

Arrastou-me até à rua.

Sara: Larga-me Bill…

Bill: Tu não estás bem, estiveste a beber! Tu já não bebes há imensos anos, lembraste? Tu nem podias sentir o cheiro a álcool!!

Sara: Não és meu pai…

Eu ria-me enquanto falava para ele.

Bill: Anda, vamos para casa…

Sara: Não quero andar…

Bill: Mas tem de ser…

Sara: Tenho sede…

Bill: Quando chegarmos a casa já bebes água…

Ele pegou em mim, eu não me endireitava em pé. Chegámos a casa, levou-me para o meu quarto.

Sara: Não tenho sono…

Bill: Hum… Queres ir tomar um banho?

Ele falava para mim como se eu fosse uma criança, num tom doce e calmo.

Sara: Vens comigo?

Eu já não me ria, estava muito mais calma.

Bill: Está bem, eu vou contigo.

Levou-me para o W.C., eu sentei-me no chão, ele começou a tirar a roupa dele, ficou só em boxers. Levantou-me e ajudou-me a despir, fiquei em roupa interior. Tens de lhe dizer…, pensava ele.

Fomos os dois para baixo do chuveiro, com cuidado ele ia afastando os meus cabelos que, com a água, teimavam a cair para a minha cara.

Bill: Estás a ficar melhor?

Continuávamos debaixo do chuveiro.

Sara: Sim… Mas ainda não quero sair… Abraça-me.

Começava agora a chorar, as lágrimas confundiam-se com as gotas de água que saiam do chuveiro, ele abraçou-me, senti a sua pele tocar na minha. Apoiei a cabeça no ombro dele.

Sara: Porque é que ele me fez isto Bill?

Bill: Porque… Não sei…

Olhei-o nos olhos, a água continuava a cair, ele estava também a chorar. Reconforta-me Kaulitz… Beijou-me, novamente, entre lágrimas e água que caia do chuveiro, beijou-me com a maior das doçuras, com aquele carinho que lhe é tão característico. Olhou-me novamente nos olhos.

Bill: Vamos sair?

Não conseguia dizer nada, apenas disse que sim com a cabeça. Saímos do duche e secámo-nos, foi cada um para o seu quarto, mudei de roupa interior (já estava mais sóbria, mas ainda não estava bem) e vesti o pijama. Alguém bateu na porta da varanda.

O Bill entrou e sentou-se comigo de cima da cama.

Bill: Estás melhor?

Sara: Um bocado… Desculpa…

Bill: Eu é que tenho de pedir desculpa, por te ter beijado…

Sara: Não faz mal… Quero dormir… Mas fica aqui comigo…

Bill: Está bem…

Deitei-me, o Bill deitou-se ao meu lado. Fechei os olhos. O Bill mexia-me no cabelo…

Bill: Desculpa… Tudo isto é culpa minha… Eu apaixonei-me por ti, o Tom descobriu e fez de tudo para que eu fosse feliz, para que eu pudesse avançar sem o ter a ele no meio… (falava baixo) Eu amo-te… Nunca chegaste a ler, naquela noite em minha casa, quando fui ter contigo de noite… Nunca chegaste a ler o que eu escrevi, escrevi um Amo-te em letras grandes, mas, quando olhei para o lado, já dormias, como dormes agora, como um anjo… Custa-me imenso ver-te assim, já sofres-te tanto, a última coisa que eu queria era ver-te sofrer novamente, por minha culpa… O Tom é mesmo um bom irmão, à sua maneira fez com que desistisses dele, mesmo que para isso tivesses de sofrer, ele estava mesmo pronto para tudo… Hoje vi-o a chorar, quando me disse o porquê de ir para a cama com a outra, sei que também lhe custou, e muito, mas ele fez o que achou mais certo. Sou um cobarde, não tive coragem de te dizer isto antes, agora estou a falar enquanto dormes…

Uma lágrima caiu pelo meu rosto És mais importante do que eu pensava… Tudo aquilo tinha uma razão, o Tom tinha feito aquilo para ver o irmão feliz… Acabei por adormecer.