terça-feira, 22 de julho de 2008

Capitulo 17

Acordei, doía-me um bocado a cabeça. Olhei para o lado, o Bill ainda lá estava, continuava a dormir. Suavemente tirei de cima de mim o braço dele, levantei-me e esforcei-me por não fazer barulho. Fui até ao quarto do Gustav.

Sara: Posso?

Gustav: Sim… Já sei o que se passou… O Tom apareceu-me aqui a chorar e contou-me tudo…

Sara: Agora percebo porque é que ele andava mais distante… Ele fez tudo por causa do Bill… O Bill foi-me encontrar bêbeda num bar, trouxe-me para casa, ele meteu-me debaixo de chuveiro, ele também foi para lá. Quando ele pensou que já estava a dormir, meteu-se a contar tudo… Nunca me apercebi de nada…

Gustav: Eu já sabia que ele gostava de ti, ele contou-me uma vez, só não te disse nada por causa do irmão…

Sara: Ele ontem beijou-me, duas vezes, e a verdade é que eu não me importei, aliás, fiquei toda atrofiada… E sabes, há uns tempos para cá, eu não paro de pensar nele…

Gustav: Hum, acho que estás a ficar apaixonada… Porque não lhe dizes?

Sara: Tenho medo que ele pense que é mentira, tipo, ele ajudou-me imenso nesta noite, pode pensar que estou a confundir as coisas…

Gustav: Se não tentares, nunca saberás…

Sara: Tenho de pensar nisso… Vou falar com o Tom…

Gustav: Fazes bem, continuem a ser amigos, vocês antes tinham uma amizade especial…

Sara: Obrigada por tudo Gugu.

Gustav: Não me chames Gugu -.-‘

Saí e fui até ao quarto do Tom, ele estava sentado na varanda, eu ainda andava em pijama.

Sara: Posso Tom?

Ele olhou para mim, não pronunciou uma única palavra. Aproximou-se de mim e deu-me um beijinho na testa.

Tom: Desculpa…

Sara: Eu já sei porque o fizeste… não tens de me pedir desculpa…

Tom: Não te queria fazer sofrer outra vez miúda, já sofreste o suficiente…

Sara: Não te preocupes… Só quero que continues a ser meu amigo =’)

Tom: Prometo, como se nada tivesse acontecido…

Sara: Não, aconteceu, não devemos esquecer, só temos de aprender com isto…

Ele abraçou-me como quem abraça uma irmã ou um irmão.

Tom: Tens de ser feliz com o Bill, eu sei que também gostas dele… Digo-te o mesmo que lhe disse a ele, vai-te embora, corre para junto dele, agarra a felicidade e não a deixes mais fugir, aconteça o que acontecer, eu estarei aqui, para tudo… Agora, vai, diz-lhe tudo o que sentes…

Sorri, com as lágrimas a crerem sair. Voltei para o meu quarto, o Bill não estava lá, fui para a varanda, parei em frente à porta de vidro do quarto dele. Ali estava ele, calmo e sereno, sentado na cama a ver TV. Abri aquilo, ele começou a andar em direcção a mim, estávamos novamente perto um do outro, e, desta vez, fui eu que o beijei. Beijei-o uma e outra vez.

Ele olhou-me nos olhos, estavam novamente com um brilho intenso.

Bill: Que foi isto agora?

Sara: Eu sei de tudo, eu ouvi tudo o que disseste.

Bill: Amo-te tanto!

Sara: E tu não me sais da cabeça há demasiado tempo…

Beijou-me novamente.

Bill: Vem comigo… Não me deixes, nunca mais… Sara Shäfer, aceitas namorar comigo?

Fiquei estupefacta, por momentos faltou-me a voz.

Bill: Então?

Sara: Sim…

Falava baixinho, a voz voltava a mim aos poucos.

Bill: Sim?

Ele começava a sorrir.

Sara: Sim!

Abraçou-me com imensa força e encheu-me de beijos.

____

A reabilitação tinha chegado ao fim, agora, a banda tinha de ir para os EUA, e eu ia com eles. O Bill não disse à imprensa que tinha namorada, eles queriam-me proteger. O Georg, esse só apareceu em casa uns dias depois daquela noite, deve ter andado com a tal rapariga da disco. O Gustav continuava a preocupar-se comigo. O Tom, não mudou nada, de vez em quando lá via uma rapariga a sair do quarto dele, normalmente elas ficavam confusas, porque não sabiam quem eu era, mas também não perguntavam. O Bill? Esse não me largava um segundo, éramos felizes, juntos, e o Tom ficava feliz por nos ver assim.

____

Sara: Nem acredito que vou voltar aos States… A New York, a minha New York, tenho tantas saudades…

Fiquei triste, ia voltar ao sitio onde os meus pais morreram…

Bill: Vai correr tudo bem… Vais ver…

Fomos para o aeroporto Odeio aviões…

Sara: Vou morrer nesta porcaria de avião…

Tom: Eu morro contigo…

Bill: Pois é, aqui o maninho também não gosta de andar de avião xD

Gustav: Calem-se mas é -.-‘

Georg: Sim… Quero dormir…

Sara: Ai essas noites loucas Georg…

Todos rimos. Após uma eternidade naquele avião, tínhamos finalmente chegado. Eles iam actuar num festival nesse mesmo dia (com as diferenças horárias ainda chegámos lá cedo) e no dia a seguir ia para NY.

(…)

O dia passou muito rápido, estávamos agora a caminho de Nova Iorque.

Bill: Ansiosa?

Sara: Nervosa…

Assim que chegámos fomos logo para o hotel. Como sempre, eu fiquei num quarto com o Bill.

Bill: Vais connosco à MTV?

Sara: Não sei…

Aproximei-me da janela, aquilo era alto, mas tinha uma vista lindíssima sobre a cidade. Olhei o horizonte e vi-a novamente, a Estátua da Liberdade estava novamente diante dos meus olhos. Veio-me à memoria os momentos passados com os meus pais naquela cidade, quando o meu pai me pegava ao colo e me contava histórias sobre cada ponto da cidade, quando passeava no Central Park de mão dada com a minha mãe e comprávamos balões. O meu olhar direccionou-se para outro canto da cidade. Foi ali, faltavam lá aquelas duas torres que tanto me fascinavam, as torres que me levaram os pais. Senti uma pessoa ao meu lado, o Bill abraçou-me.

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